Bonito porém burro - ( parte II - final )



A banda devia ter acabado de começar a tocar. Lembrei que quando tinha meus quinze anos queria ver os shows do meu amigo, que por sinal era bem mais velho. Eu não aparentava ter a idade que tinha, parecia ser mais velha. Para falar a verdade, ele não era só meu amigo, mas tudo bem. O abraço dele era o melhor, sem dúvidas. O baterista era bem parecido com o aquele amigo BH, e coincidentemente também tocava bateria.

Queria chegar mais perto dele, para ver seu rosto direito. E acabar tirando minhas próprias conclusões de que ele era ou não parecido. Aquela luz baixa e a falta dos meus óculos estavam me fazendo enxergar tudo muito mal. Não coloquei meus óculos naquela noite para ficar mais bonita para o surfistinha de merda. Acabei não colocando minhas lentes, já que achava a coisa mais horrível do mundo, sem contar que me irritava a ponto de querer me jogar de um prédio.

A banda deu uma pausa, ou talvez ainda estavam apenas passando o som antes do show "oficial" começar. Ainda era cedo, e o PUB estava meio vazio.

Mas aquele baterista não era nem um pouco bobo. Logo que a pausa foi iniciada se sentou ao meu lado. Foi nessa hora que eu quase vomitei meu coração, meu fígado e todas as palavras que eu tinha guardado durante anos.

" Leo??? ". Não acreditei, era o tal cara de BH. Fiquei sem palavras. Ele parecia não acreditar, e eu por motivos claros não consegui dizer mais nada. Perdemos o contato, mas mesmo assim, era bem maluca por ele. " Você namora? É casada? Ou sei lá?". Fiz que não com a cabeça. Ele se aproximou, colocou uma mão no meu rosto e a outra gentilmente na minha coxa. Com a mesma gentileza meus lábios se abriram. Fiquei realmente sem palavras. Como alguém conseguia beijar tão bem?

E aí, destino? Logo você que nunca foi legal me deu como um presente tantas emoções em uma noite só? O que está querendo comigo?

"Eu ainda te amo, Mari!". Não teve como não ter vontade de chorar, meus olhos encheram de lágrimas, e uma mexa do meu cabelo caiu sobre meu rosto. "Você continua igualzinha!". Não entendi em qual sentido eu continuava igual. "Como assim, Leo?". Perguntei com vontade de agarra-lo e nunca mais deixa-lo sair de perto de mim. Ele sorriu, e em quanto tirava meu cabelo do meu rosto, falou baixinho com aquela voz maravilhosa: " Seus olhos ainda brilham, como antes, e seu cabelo continua caindo no seu rosto.".

Eu não tinha conseguido nem falar direito. Ele ainda lembra que meus olhos brilhavam, e brilham. Não sei. Provavelmente, deixar o surfistinha, e entrar exatamente naquele pub, foram as melhores escolhas que já fiz.
Ok, ele queria mesmo me fazer chorar. Saquei.

" Ei Leo, vamos começar!". O vocalista da banda o chamou. Eu e muito menos ele tínhamos visto a hora passar, já eram quase nove da noite e o pub estava cada vez mais cheio. Ele me deu mais um beijo, e foi para o palco. Os outros caras da banda deram uns sorrisinhos, típicos de "macho". Como todos eles são estranhos! Parecem que sentem orgulho dos amigos.

Depois de um tempo, o show acabou e ele veio falar comigo, mais perfeito do que nunca. " Linda, vamos sair e matar a saudade!". Fomos para a praia e começamos a andar pela beradinha do mar. Foram quase quatro anos sem se falar e impressionantemente eu ainda sentia algo inexplicável. Eu ainda amava-o e já tinha até esquecido como era sentir tudo aquilo.

Depois de me explicar tudo, fiquei magoada. Inevitável não ficar quando alguém que você ama te conta que só ficou essa semana em Copacabana, e daqui a dois dias voltará para São Paulo, aonde ele morava agora. " Vem comigo, Mari?". Custei a intender, e acho que ele compreendeu diante da minha cara de ponto de interrogação. " Vamos para São Paulo comigo?".

Fiquei assustada. Seria loucura ir para São Paulo, e jogar para o ar tudo que eu já tinha conquistado no Rio. Mas pensando bem, eu gostava dele. Queria ficar do lado do Leo para sempre. " Leo, eu não sei. Tem a facul, minha irmã, meu sobrinho, tudo.".

" Mari, eu vou te fazer feliz, prometo!". Como negar? "Eu vou!". Acho que aquela era a cena mais linda que eu já tinha vivido. Ele me pegou no colo e me abraçou tão forte, que deu vontade de nunca mais sair dos seus braços.

O dia da viajem chegou, e junto com ele a decisão que mudaria a minha vida. Pela segunda vez juntei minhas tralhas, em busca da felicidade. Com ele, não ser feliz era impossível. Me apaixonei duas vezes na vida, e essas duas vezes pela mesma pessoa. Como não ser feliz com a pessoa que foi feita para mim?

Peguei minhas malas, entrei no avião com o baterista e o homem da minha vida.

Por Bia Bim

16 comentários:

  1. www.imperfecti.com5 de ago. de 2013, 14:27:00

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    www.imperfecti.com

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    1. I need to put automatic translation! Thanks for the comments! check back often

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  2. Mas que maravilhoosooo! Você conseguiu terminar de um jeito que eu nunca imaginaria e acabou saindo daquele topo de historia pronta

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    1. Exatamente o que eu queria passar! Não suporto historias previsíveis ! Beijo, Mari!

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  3. Ameeei amiga, maravilhoso esse final :)

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  4. Que final inesperado Bia *o* Porem perfeito oownt super amei *-*
    http://secretamentedelicada.blogspot.com.br/

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  5. Adoreeeei! porfavor, me dá esse baterista! Ele eh de mais

    SOCORRO

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  6. Desculpa mas, na-na-ni-na-não ! haha beijooo

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  7. Dei uma lida, mas quero ler a primeira parte antes de terminar essa. Seu blog é lindo, Bia!

    http://pedrasnaminhajanela.blogspot.com

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  8. Nossa que vida louca é a dessa menina, se arriscando jogando tudo pro ar por causa de um amor. Lindo *-*
    De: Adolescente Para: Adolescente

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  9. Quem dera um dia nossa vida virar assim, por causa de um amor, verdadeiro logico ! ... Amei Amei Amei ... *-* To imaginando Mari e Leo casados *---* kkkk' Parabénsss

    www.falandodasmeninas.blogspot.com

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